sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Sesc Ipiranga celebra Solano Trindade -de 06 a 25 de novembro


Confira aqui a programação!

Pela importância e significado de todas as suas ações e pelas marcas de representatividade que deixou na formação social e cultural brasileira, Solano Trindadee sua obra poderiam e podem ser lembrados em qualquer ocasião que se queira valorizar e pensar a cultura como importante ferramenta de transformações individuais e sociais, capaz de propôr e provocar outros olhares para a cidadania e as memórias cotidianas de sujeitos que constituem sua própria história.
Ao propor contato com alguns elementos das obras, memórias e histórias do grande poeta negro Solano Trindade no mês da Consciência Negra, o SESC Ipiranga tem a intenção de estimular reflexões, dentro de um entendimento de que a verdadeira consciência é o conhecimento e só o conhecimento gera respeito à diversidade.
Essa percepção olha para as datas especiais, sejam elas comemorativas ou não, como importantes momentos para se pensar ausências e presenças, invisibilidades e visibilidades. Assim, essas datas só fazem sentido se servirem como reflexão para que a diversidade faça parte do cotidiano e não apenas estejam representadas em momentos específicos.
De 06 a 25 de novembro, o Sesc Ipiranga traz uma programação inédita, mesclando música, teatro, literatura, dança e outras artes para celebrar Solano Trindade e sua obra.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Solano por Raquel


Por Revista RAIZ.
18 de julho de 2008



Por Luiza Delamare


Há muito para se descobrir sobre a vida e a arte de Solano Trindade: falar do poeta é evocar a arte dos afro-descentes brasileiros. Nascido em 24 de julho de 1908, aprendeu com o pai a magia da dança pastoril e do bumba-meu-boi. Com a mãe, para quem lia novelas, desenvolveu o gosto pela literatura. Ainda em sua cidade natal, fundou, em 1936, o Centro Cultural Afro-Brasileiro e a Frente Negra Pernambucana.

Solano virou poeta e expressou a negritude através da arte. Depois de passar por Belo Horizonte, MG, Pelotas, RS, e Rio de Janeiro, veio morar em São Paulo, no município do Embu. Ali, ajudado por outros artistas, transformou a cidade em centro de cultura popular e de reafirmação da cultura afro-brasileira. Com a arte e o artesanato que se espalhavam pelas ruas, a cidade ganhou outros contornos e deu origem ao novo nome do lugar, que passou a ser conhecido como Embu das Artes.

Raquel, primeira filha de Solano, mostra a importância do Embu na vida do pai ao dar continuidade ao trabalho do poeta em seu ateliê, localizado em uma rua comprida do centro da pequena cidade. Junto com filhos e netos, ela discute a situação do negro e fala do respeito às diferentes raças. Herdeira da sabedoria de Solano, Raquel se tornou preciosa fonte de conhecimento e vivência da cultura afro-brasileira.

“Se tem gente com fome, dá de comer”, diz o poeta do povo

Solano Trindade foi cidadão politizado e apontou problemas de desigualdade e injustiça na vida social brasileira. No debate da questão racial no país, tornou-se precursor. Ao longo da vida se envolveu com a poesia, as artes plásticas, o teatro e o folclore. Mas foi, sobretudo, o poeta do povo.

Pouco conhecido do grande público, sua poesia foi comentada por Carlos Drummond de Andrade, que via nos versos de Solano “uma força natural e uma voz individual rica e ardente que se confundia com a voz coletiva”. Foi celebrado também por Ney Matogrosso, que musicou o poema “Tem gente com fome” ainda nos tempos do grupo Secos & Molhados, mas só pôde incluí-la em seu disco após a queda da censura.

A comemoração do centenário do nascimento de Solano Trindade é a melhor oportunidade para festejar em grande estilo a cultura popular. Essa é a proposta da Associação Cultural do Morro do Querosene, que na sexta edição do Sarau do Querô, homenageia a produção artística de Solano Trindade na sede do Projeto Treme Terra.

Nada mais adequado, o Sarau do Querô, espaço aberto para que músicos, poetas e dançarinos mostrem seus trabalhos através de intervenções livres, relembra a atividade que Solano desenvolveu durante a vida inteira: divulgar as diversas formas de arte.

Faz parte também das comemorações o lançamento de três livros de Solano Trindade pela editora Nova Alexandria: Poemas Antológicos de Solano Trindade, com ilustração de Raquel Trindade; Tem Gente com Fome, adaptado para o público infantil, e Canto Negro.

Leia a seguir um pouco do pensamento de Solano Trindade na voz de sua filha Raquel

Portal RAIZ.: Qual é o significado da comemoração do centenário de Solano Trindade?
Raquel Trindade: Para mim, as comemorações do centenário são muito importantes porque eu acompanhei a luta dele. E aí vejo que frutificou a semente que ele plantou. Inclusive, você vê que eu continuei o trabalho. Agora estão aí meu filho e meus netos. A coisa vai e não pára. E isso está bem dentro do poema que ele diz: “Só morrerei depois de amanhã”. Então é muito importante porque eu, como companheira de luta dele, vi que valeu pesquisar na fonte de origem e devolver ao povo em forma de arte. O que ele fazia é o que a gente está fazendo.

Portal RAIZ.: luta pela igualdade racial foi muito importante na vida de seu pai. Como você absorveu isso dele?
Raquel Trindade: O Brasil é um país muito preconceituoso, mas papai me falava também dos negros conscientes, dos brancos sem preconceito. Dizia que eu não podia generalizar. Desde menina eu sei que a gente tem que ter cuidado. A gente sabe que tem o preconceito, sabe que tem a discriminação e que isso independe de setores da sociedade. Tem preconceito nos pobres, nos ricos. Mas também têm pobres e ricos brancos que não são preconceituosos. Todos anseiam melhorar culturalmente, mas alguns têm oportunidade e outros, não. Ele também me ensinou muito sobre a resistência, a resistir mesmo com os obstáculos que a gente enfrenta, principalmente, com a arte.

Portal RAIZ.: Como está a questão da discriminação atualmente? Você diria que hoje preconceito acontece de forma mais sutil?
Raquel Trindade: A discriminação continua muito forte, mas a luta também é grande. O negro está mais organizado, está se organizando em muitas entidades. E tem também uma juventude branca muito interessada na cultura negra. Inclusive no meio universitário e na imprensa, é preciso que existam esses jovens com uma grande visão das coisas e que apóie a gente.
Existem vários tipos de preconceito. Por exemplo, eu sou negra, nordestina, artista popular, pobre e ‘candomblezera’. Quando a gente fala das religiões de matrizes africanas, as pessoas ainda têm muito preconceito, e não tem nada de mau. Exu não é o diabo. Ele é meio humano, meio divino. Os orixás são energias da natureza. Existe um preconceito muito grande contra o nordestino, e eu sou pernambucana. Existe um preconceito muito grande com a mulher, eu sou mulher, graças a Deus! E existe o preconceito contra o pobre. Por exemplo, eu vivo simplesmente, aí a pessoa vem comprar um quadro e, quando vê que minha casa é muito simples, não quer pagar o preço que o quadro vale. Então isso é preconceito contra o pobre. A discriminação é muito forte.

Portal RAIZ.: De que maneira você acha que a educação pode diminuir a barreira que ainda existe entre negros e brancos? Qual é o espaço que há para a cultura negra nas escolas?
Raquel Trindade: Hoje tem uns meninos aqui na comunidade que estão na quinta série e não sabem nada de geografia, não sabem nada de história. Quer dizer, estão tentando melhorar, mas ainda não acharam um caminho. Agora, a cota é necessária por causa da discriminação. Se não houvesse a discriminação, não precisava ter as cotas. Só que também tem uma coisa: se o aluno não é preparado desde o ensino fundamental, principalmente a criança negra e pobre, que precisa estudar em uma escola pública, a escola tinha que estar mais forte e os professores mais preparados. A maioria dos professores não sabe nada sobre o Brasil nem sobre a nossa história, sabe só superficialmente. Agora com essa lei da cultura negra nas escolas, eu estou muito preocupada, porque seria muito bom se as pessoas que fossem ensinar conhecessem de fato a cultura negra. Eu estou vendo muitos erros, tem filmes dizendo que Zumbi era Xangô, sendo que ele era Zaze. Outra coisa: como que você vai dar uma aula de cultura negra sem conhecer as religiões de matriz africana em uma escola onde a maioria é evangélica ou católica? Aqui no Embu teve o caso de uma menina que teve que passar pelo ritual de candomblé e tinha de andar de turbante e as outras crianças a ridicularizaram. E a professora não tinha como defendê-la, porque também não conhece nada e suspendeu a menina. Quer dizer, isso é um horror, ainda falta muita coisa.

Portal RAIZ.: A cultura popular ainda é vista apenas como curiosidade?
Raquel Trindade: É, é vista como curiosidade. Os grupos de cultura popular deviam ter muito mais apoio. Se eles não estiverem organizados com muito papel e com muita burocracia, não conseguem um tostão, porque se exige muita papelada? Aqui eu tenho sorte porque tenho amigos que me orientam com essas coisas. Mas a maioria dos grupos populares não tem essa condição, não tem dinheiro para ficar tirando papel um atrás do outro. São exigidas muitas coisas para se conseguir verba. Existem universitários que fazem grupos de danças populares e conseguem o incentivo, mas os grupos raízes mesmo não conseguem.

Portal RAIZ.: Você poderia contar um pouco das lembranças do convívio com seu pai?
Raquel Trindade: As lembranças são muito boas, ele era um pai maravilhoso, dava muita atenção para nós, crianças. Com 8 anos ele me levava para ver exposições de arte, me levava na Pinacoteca, no Teatro Municipal. Ele gostava de música popular, mas também gostava de música erudita. Ele me levava para conhecer o balé-afro da Mercedes Batista. Depois me levava para assistir à orquestra afro-brasileira do Abigail Moura. Minha mãe e ele iam ensinar dança no Teatro Folclórico do Aroldo Costa e, depois que mudamos para Duque de Caxias, ele fazia festas com muito folclore, com muita arte. Ele conversava muito comigo sobre discriminação racional. Dizia que eu devia ter orgulho de ser negra, mas que eu devia ser amiga de todas as raças. E também falava dos problemas do povo. Na década de 50, ele já falava do direito da criança, porque naquela época as crianças apanhavam muito e ele era contra isso. Ele brincava com a gente – era fantástico! – e falava de poesia. Eu era testemunha das reuniões da célula Tiradentes, que era do Partido Comunista. Eu ouvia sobre a classe operária, e minha mãe, que era presbiteriana, servia cafezinho para os comunistas. Também lembro que ele se reunia em um bar chamado Vermelhinho. Onde se encontravam intelectuais, militantes de esquerda, poetas, atores. E eu, desde criança, tinha contato com essa gente toda: Aldemir Martins, a pintora Djanira. Meu pai criou junto com a minha mãe, Margarida da Trindade, e o sociólogo Edson Carneiro, o Teatro Popular Brasileiro. Viajamos por toda a Europa.
Mesmo na adolescência, eu acompanhava muito meu pai. A gente ia pra tudo quanto era lugar, a gente era companheiro mesmo. Eu via muita arte através dele, muita poesia. E via, principalmente, a luta dele.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

III Forum de Performance Negra



Fórum cênico homenageia celebridades



Salvador (BR) - Um dos auges do III Fórum Nacional de Performance Negra que acontece em Salvador, foi a homenagem feita a celebridades e protagonistas negros da dramaturgia brasileira: Léa Garcia, Zózimo Bulbul, Ruth de Souza e Solano Trindade (esta última, homenagem póstuma). Durante a cerimônia, todos elogiaram e agradeceram especialmente a iniciativa do ator e diretor baiano radicado no Rio de Janeiro e idealizador do fórum, Hilton Cobra. “É um espaço que se afirma cada vez mais como de inclusão de jovens negros brasileiros nas diversas artes”, ressaltou Léa. Ela ainda declarou estar muito emocionada pela homenagem e em relação a “todos que lutam por um país mais igualitário e melhor”.
joão meirelles
Léa Garcia (RJ, 1933), vem do Teatro Experimental do Negro (criado na década de 40 por atores negros, como Haroldo Barbosa e o ex-senador Abdias do Nascimento), fez mais de 20 filmes para o cinema (indicação para o Palmas de Ouro como melhor atriz coadjuvante em Orfeu Negro) e atuou em mais de 30 telenovelas brasileiras. Aos 50 anos de carreira, disse se sentir orgulhosa de todos os papéis que fez e ainda faz como atriz.


Ruth de Souza (RJ,1921), que começou a carreira aos 17 anos em 1945, foi a primeira atriz negra a subir ao palco do Teatro Municipal do RJ, na peça O imperador Jones, de Eugene O’Neil, montada pelo Teatro Experimental do Negro. Atua também no cinema e na televisão (em torno de 50 episódios entre filmes e telenovelas). Ela não pode comparecer pessoalmente a homenagem, mas se fez representar através de um vídeo em que enalteceu a figura de Solano Trindade como o grande mestre da geração homenageada, recitando inclusive um dos seus famosos poemas, Tem gente com fome.

Zózimo Bulbul (RJ, 1937), ator (mais de 30 filmes no cinema – como o premiado Pureza Proibida e As Filhas do Vento - e várias telenovelas, como Vidas em Conflito, onde fez par romântico com Leila Diniz), modelo, cineasta (como Artesanato do Samba), roteirista, realizador e exibidor, visivelmente emocionado, disse que as artes precisam se unir e que o fórum cênico é uma demonstração de que o Brasil não é um país só de futebol, embora reconheça que justamente através do futebol as outras artes possam ganhar visibilidade. “Esperem a Copa do Mundo em 2010 na África do Sul”, declarou, quando o Brasil terá a oportunidade de conhecer outras formas de expressão da cultura africana, seguramente com repercussão positiva em nosso país.

Raquel Trindade recebeu a homenagem pelo pai, o poeta Solano Trindade (PE, 1908-1974). Na oportunidade, além de trazer várias memórias que ligam a vida do poeta da resistência negra nos anos 30 aos outros homenageados, então jovens e admiradores do mestre Trindade, ela cantou e sambou um “coco”, junto com o neto, o rapper Zinho Trindade, para fazer jus à memória daquele que dizia “pesquisar a forma de origem e devolver em forma de arte” - até à terceira geração da família, todos seguiram a carreira das artes.

Aberto na segunda (06/07), o fórum é uma proposta da Cia dos Comuns (RJ) e do Bando de Teatro Olodum (BA) e está sendo realizado até quinta-feira (09/07) no Teatro Vila Velha, em Salvador. Reúne em torno de 300 participantes entre artistas, pesquisadores e dramaturgos negros e ligados a essa temática, de todo o país, tendo ainda como convidados cênicos de Cuba, Trinidad Tobago e Estados Unidos.

terça-feira, 21 de julho de 2009

FESTIVAL SOLANO TRINDADE 101 ANOS-25 DE JULHO


FESTIVAL SOLANO TRINDADE-101 ANOS
"Festival Solano Trindade" – (101 anos)

Será realizada dia 25 de julho de 2009. Início as 10 horas do dia 25, finalizando as 06h horas da manhã do dia 26.

Espetáculos:


Grupo de Capoeira Angola Irmãos Guerreiros- Mestre Marrom
Mulungu
Dessa Souza e Negro Lima
Airá Otá
Cooperifa
Periafricania
Tabajara Assunção
Teatro Popular Solano Trindade
Alan da Rosa
Preto Soul
Lona Preta
Revista do Samba
Dj Marcelo Kurts
Cantando Solano Trindade
Zinho Trindade e convidados
Grupo de Dança Arco Iris
Mc Gaspar e convidados
Umoja

Oficinas:
Das 10h as 15H
Barbara Kilombo e Alabê (Bicudo)William - Ritmos e danças dos Orixás
Rafael Fazzion – Darbuka e Djembé (Música Africana)
Carlos Caçapava e Vitor da Trindade - Percussão Afro Contemporânea
Marquinhos e Eustáquio(Resistência) – Capoeira Angola
Saloma Salomão – Cultura da diáspora
Literatura
Solano Trindade, Alan da Rosa, Maria Tereza e outros

Exposições
Raquel Trindade e convidados – Artes plásticas e Artesanato
Oguntolá – Roupas e artesanatos africanos
Carlos Caçapava – Instrumentos da diáspora africana

Avenida São Paulo 100 – centro – Embu das Artes
Como chegar:ônibus-Pegar na rua Cardeal Arco verde ou Francisco Morato o Bus Embu Eng Velho,descer próximo da prefeitura.Do Metro Campo limpo sai o Embu Centro ultimo até as 0H.Do largo da batata apartir das 0:30H sai um Bus chamado Itapecerica PQ Paraiso que entra dentro do Embu,descer na praça .
Carro-Pegar a BR116 ou o Rodoanel e entrar na Cidade de Embu Das Artes ,seguir até o Centro.
Pontos de referência,Quadra de futebol Embuense ,Casa de Show Salgueiro e Prefeitura.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

CARNAVAL -2009-BLOCO KAMBINDA -HOMENAGEM A JOÃO CANDIDO



João Cândido(1880 - 1969)

Militar brasileiro, líder da Revolta da Chibata. João Cândido Felisberto nasceu em 24 de junho de 1880 em Encruzilhada, Rio Grande do Sul, numa família de ex-escravos. Entrou para a Marinha aos 14 anos (naquele tempo era permitido recrutar menores), como fizeram muitos outros filhos de escravos. Em 22 de novembro de 1910, durante uma viagem do encouraçado Minas Gerais para o Rio de Janeiro, um dos tripulantes, Marcelino Rodrigues Menezes, é punido com vinte e cinco chibatadas por desobedecer ordens superiores, conforme as leis militares da época (no Exército o uso de chibata já havia sido abolido em 1890). Mesmo desmaiado, o militar continuou a ser surrado. Lideradas por João Cândido, a tripulação revoltou-se, o comandante foi morto e os demais oficiais fugiram da embarcação. O motim é seguido por outras embarcações militares que ficam nas mãos de cerca de dois mil marinheiros e passam a ameaçar bombardear o Rio de Janeiro. "Queríamos combater os maus-tratos, acabar com a chibata. O caso era só este", diria em 1968, João Cândido. Além da abolição das punições corporais, os revoltosos exigem aumento de salário, limitação da jornada de trabalho e anistia. O governo do Presidente Hermes da Fonseca promete cumprir a primeira e a última reivindicação. Em 25 de novembro os marinheiros se rendem. Pouco depois, uma nova rebelião de marinheiros ocorre no quartel da Ilha das Cobras, no Rio de Janeiro. João Cândido é acusado de incitar a nova rebelião e é expulso da Marinha. Ficou preso com dezessete outros líderes numa solitária do Batalhão Naval na Ilha das Cobras. Devido a cal usada durante a lavagem da cela, dezesseis marinheiros morreram sufocados e sob grande sofrimento após a evaporação da água usada na limpeza. João Cândido é um dos dois sobreviventes. Após sua expulsão, chegou a ser internado na Casa dos Alienados, na Praia Vermelha, Rio de Janeiro. Em 1928, sua segunda mulher comete suicídio. Nos anos 30, adere ao Integralismo e se filia à Ação Integralista Brasileira - AIB, organização nacionalista liderada por Plínio Salgado, mas abandona o movimento queixando-se da falta de uma liderança forte. Teve 12 filhos de quatro casamentos. Devido à expulsão da Marinha não mais conseguiu emprego fixo, trabalhando até o fim da vida como estivador e carregador de peixe na Praça XV, no Rio de Janeiro. O "Almirante Negro", como ficou sendo conhecido, faleceu em São João do Meriti, no Rio de Janeiro, em 6 de dezembro de 1969.

Apresentações:


- QUARTA-FEIRA dia 18/02/2009, Teatro Popular Solano Trindade às 17:00hs, no Parque Francisco Rizzo ( MARACATU).Embu das Artes-sp


- SEXTA-FEIRA dia 20/02/2009,Ilú obá de min(HOMENAGEM A RAQUEL TRINDADE À KAMBINDA) Teatro Popular Solano Trindade desfile às 19:00hs saindo do Viaduto Majó Kedinho ( antigo Estadão) até Largo do Paisandu (MARACATU).centro-sp


- DOMINGO dia 22/02/2009, BLOCO KAMBINDA-homenagem João Candido(o almirante negro) desfile às 19:00hs no Parque Francisco Rizzo.(abertura show Jorge Ben Jor)Embu.


- SEGUNDA-FEIRA 23/02,BLOCO KAMBINDA desfile às 19:10hs no Jardim Santa Teresa.


- TERÇA-FEIRA 24/02,BLOCO kAMBINDA desfile às 19:10hs no Parque Francisco Rizzo.

ILÚ OBÁ DE MIN-HOMENAGEM A RAQUEL TRINDADE-CARNAVAL


HOMENAGEM Póstuma a solano trindade


Raquel trindade Recebendo do Presidente Luis Ínacio Lula da Silva,medalha Gran cruz do mérito cultural,no pálacio da artes em Belo Horizonte -MG

domingo, 15 de fevereiro de 2009

QUADROS -RAQUEL TRINDADE À KAMBINDA





COCÔ




MEU NETO JAPONEGRO





CARNAVAL

Raquel Trindade



Nasceu a 10 de Agosto de 1936, em Recife, Pernambuco; criou-se e foi registrada em Duque de Caxias-Rio de Janeiro.
(Pintura, desenho e xilogravura) = pintura Afro-brasileira.
Autodidata na pintura e desenho
Raquel tem o curso de TO, no Centro Psiquiátrico Nacional, Nível Médio.


1955
– Viaja para Polônia e Tchecoslováquia com o Teatro Popular Brasileiro.

1961
– Uma das iniciadoras do Movimento de Arte do Embu – S.P.

1965
– Expõe desenhos a guache e jóias em cobre na Exposição Aquarela do Brasil no Parque da Água Branca – São Paulo;
-Medalha de bronze XV Salão Paulista de Arte Moderna.

1966
– inicia em São Paulo, junto com os escultores Ranulfo Lira e Chico Rosa, o movimento de Artes da Praça da República, que perdura até hoje.
-A pedido do colecionador Assis Chateaubriand, o professor Pietro Maria Bardi, adquire o quadro de Raquel "Laô, Noviça de Candomblé", para o Museu Regional de Olinda (Pernambuco);
- Participa da Coletiva 1ª Ultra Arte;
- Inaugura sua Individual pela galeria do Recife -patrocínio da Editora Abril.

1967
- Participa de Coletiva no Hotel Copacabana Palace no Rio de Janeiro;
- Participa do Salão de Arte Contemporânea de São Paulo;
- Faz sua 3ª Individual na União Brasileira dos Escritores – São Paulo.

1968
- Expõe com o grupo do Embu, na Galeria "Oca" de São Paulo;
- Prêmio Aquisição no V Salão de Artes Plásticas de Embu.

1969
- É contratada pela Rinus Publicidade para desenhar cartões de Natal para o Laboratório Pfiser de São Paulo;
- Quadro "Xirê dos orixás I" no Museu Histórico, Folclórico e Artístico – Embu.

1970
- Expõe no Hotel Nacional de Brasília, numa Coletivade Artistas de Embu;
- Expõe com o escultor Vicente de Paula no Sesc – São Paulo;
- 1º Prêmio VIII Salão de Arte de Embu;
- Organiza com o escultor Vicente de Paula, a coletiva de Artistas Negros no Masp (Museu de Arte de são Paulo);
- Com a família Silva, expõe no Sesc de São Paulo;

1974
-Coletiva na "Galeria Del Barcon" em Milão, Itália;
-Seus quadros fazem parte de exposições e coleções em Israel, Florença e Milão (Itália), Alemanha, França e Suíça;
-Na vinda do Reverendo Desmond Tutu da África do Sul á São Paulo, dirigi o Teatro Popular Solano Trindade no Maracatu na Catedral da Sé.
-Palestra sobre cultura negra na escola Rosana Suely Furnari - Jd Vazame-Embu
-Depoimento sobre cultura negra para Nieko Nishida do Departament of History The Johns Hopkins University, Baltimore, Mariland-USA

1975
-Sua 4ª individual foi na Secretaria de Cultura, Esportes e Turismo do Estado de São Paulo na Av.Graça Aranha no Rio de Janeiro,na semana Zumbi dos Palmares
-Cria o Teatro Popular Solano Trindade no Embu-SP

1978
- Figurino para escola de Samba Quilombo do Rio;

1980
-Expõe pinturas, tapeçarias e xilogravuras na fundação Calouste Gulbenkian no Rio de Janeiro.
-Calendário do Banco do Brasil
-Dá aula de danças folclóricas na casa do Vento Forte-Itaim na Oficina Pedagógica em Pinheiros-SP e na Universidade de SP de São Carlos.

1981
-Medalha de Ouro no Salão de Artes Plásticas de Taboão da Serra
-Coletiva "Arte Negra Raízes" no Paço das Artes-SP.

1983
-Contratada pela Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo para organizar uma série de eventos culturais.Raquel promove a 1ªcoletiva de Artes Plásticas da Secretaria do Estado da Cultura no Embu, reunindo 80 Artistas Plásticos de várias tendências e técnicas;

1985
-Expõe na Cidade de Hino-Japão, Coletiva de Artista de Embu.
-Começa a dar aulas para a graduação do curso de Arte Cênicas da Unicamp-Campinas, convidada por Antonio Nóbrega e Celso Nunes.

1987
-Organiza e participa da Exposição de Artes Plásticas da Semana da Consciência Negra no Ginásio Multidisciplinar da UNICAMP (Municipal de Campinas, Grupo de Estudos Afro-Brasileiro e o Centro de Memória UNICAMP);

1988
-Cria na Unicamp o grupo Urucungos, Puítas e Quijêngues de Campinas.
-Junto com Avelino Bezerra faz a Exposição "Óleo e Contilismo";

1990
-Participa com aquarelas na Exposição Coletiva de Artes Plásticas no Museu de Artes Plásticas de Embu-São Paulo.

1992
-Participa da Mostra Artística de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro;
1993
-O seu quadro Pastoril faz parte da Exposição de Presépios natalinos da secretaria Municipal de Turismo de Embu

1995
-Convidada para o 1º Salão Nacional Zumbi dos Palmares no MAM;
-Seu nome faz parte do Dicionário Delta Larousse do Dicionário de Artes Plásticas de Roberto Pontual, no "Quem é quem na Negritude Brasileira"; e do Livro Mulheres Negras;

1999
-Exposição Coletiva Kizomba (Projeto Consciência e Liberdade, Mês da Consciência Negra no Memorial da América Latina);
-5ªExposição Individual no Citybank na Avenida Paulista –São Paulo;

2000
-Ilustra o livro de seu pai Solano Trindade com Xilogravuras –o livro Solano Trindade O Poeta do Povo da Editora Cantos e Prantos;

2002
-Exposição no Museu do Café em Campinas –São Paulo;
-Exposição coletiva no SESI de Campinas;
-Exposição de desenhos "Danças de São Paulo" no SESC de Campinas

2003
-É convidada para participar da Exposição Artistas Notáveis do Embu das Artes;
-Faz parte da coletiva "Contemporaneidade" organizada pela Refarte no Palácio 9 de Julho em São Paulo;
2004
-Exposição coletiva de Arte Negra, no dia Nacional da Consciência Negra no lançamento de seu livro "Embu Aldeia de M'Boy"; no Teatro Popular Solano Trindade;

2005
-Expõe na Usina Cultural na Coletiva do Mês da consciência negra em São Paulo;

2006
-Em 8 de Março (dia internacional da mulher), expõe juntamente com 7 mulheres a exposição Substantivo Universo Feminino organizada por Shila Joaquim no Centro Cultural de Embu;
-Em novembro na cidade de Taboão da Serra/SP-no Evento Arte e Consciência Negra expõem uma individual com a temática negra;
-Raquel ilustra a capa do livro de Lourdes Carril-Quilombo, favela e Periferia;

2007
-No dia internacional da mulher, Raquel expõe mo Centro Cultural de Embu 3 quadros "laô,noviça de Candomblé", "Oxumaré"e "Yemanjá filha de Olorum ,o mar"
-Raquel ilustra a nova antologia de Solano Trindade que vai sair pela editora Nova Alexandria;

Além das Artes Plásticas, Raquel é folclorista, palestrante, coreógrafa e yalorixá de Candomblé;
Raquel Trindade está no livro recentemente lançado "Mulheres Negras" de Shuma Shumaher e Erico Vital Brasil Editora Redeh.
Raquel está com o livro "Urucungos, Puítas e quijêngues" pronto, procurando editor.
o livro é sobre danças de origem Banto.